O Campeonato Argentino de Futebol, mais conhecido como Primera División, e oficialmente como Liga Profesional de Fútbol, é a principal competição entre clubes de futebol profissional da Argentina, organizada desde 1893 pela Asociación del Fútbol Argentino (AFA).

A Primera División é a principal divisão de futebol do país e a primeira divisão do sistema de ligas de futebol da Argentina. Opera em sistema de promoção e rebaixamento com a Primera Nacional (segunda divisão), sendo rebaixados os times com pior colocação no final da temporada.

Com o primeiro campeonato realizado em 1891, a Argentina tornou-se o primeiro país fora do Reino Unido (onde a liga inglesa estreou em 1888, e as ligas escocesa e irlandesa em 1890) a estabelecer uma liga de futebol. Nos primeiros anos, apenas equipes de Buenos Aires, Grande Buenos Aires, La Plata, Rosário e Santa Fe eram filiadas à associação nacional. Equipes de outras cidades se juntariam anos depois.

A Primera División tornou-se profissional em 1931, quando 18 clubes se separaram das ligas amadoras para formar uma liga profissional. Desde então, a temporada tem sido disputada anualmente em quatro formatos e calendários diferentes.

History

Torneio de pontos corridos (1891–1966)

A Copa Campeonato foi o primeiro troféu concedido pela AFA

Em 1891, a Argentine Association Football League (AAFL) foi criada, com Alex Lamont, da St. Andrew's Scots School, como um dos membros do conselho. A AAFL foi a primeira liga de futebol fora das Ilhas Britânicas a estabelecer uma liga de futebol. As primeiras partidas da Primera División foram disputadas em 12 de abril de 1891: Buenos Aires FC vs. St. Andrew's e Old Caledonians vs. Belgrano FC.

Um único torneio de pontos corridos de dois turnos era disputado a cada ano, e o time com mais pontos sagrava-se campeão, exceto em 1936, nesse ano os vencedores da "Copa de Honor" e da "Copa Campeonato" disputaram uma partida pelo título do campeonato. O arranjo de torneio único durou até 1966.

Nesse período, os tradicionais "cinco grandes" clubes, a saber, River Plate, Boca Juniors, Independiente, Racing e San Lorenzo dominaram o futebol argentino. Nenhum outro time além deles ganhou o campeonato nestes 36 anos. A disputa pelo título mais séria veio do Banfield em 1951, quando conquistou os mesmos pontos com o Racing Club na tabela de classificação. No entanto, eles perderam por 1 a 0 em um desempate de dois jogos do primeiro lugar e deram o título ao Racing.

O sistema de média para rebaixamentos foi implementado pela primeira vez no campeonato de 1957, com o Ferro Carril Oeste se tornando o primeiro time a ser rebaixado nesse sistema. A média continuou até 1963, quando o campeonato voltou ao antigo formato (com os times piores colocados sendo rebaixados). No entanto, não houve rebaixamentos até 1967 (com Unión de Santa Fe e Deportivo Español sendo enviados para a Primera B após disputarem um torneio entre as equipes da primeira e segunda divisões para definir as promoções e rebaixamentos).

Metropolitano e Nacional (1967–1985)

Em 1967, o formato de torneio único foi abandonado e substituído por dois campeonatos em cada ano: o Metropolitano e o Nacional. O Metropolitano só permitia a participação de clubes que disputavam o antigo torneio, enquanto o Nacional era aberto a times de torneios regionais. O formato da competição também foi alterado, com o torneio de pontos corridos de dois turnos substituído pelo campeonato Metropolitano de dois grupos e pelo Nacional de turno único naquele ano.

Essa mudança provocou uma revolução no futebol argentino, pois times pequenos, como o Estudiantes de La Plata no início, e Vélez Sarsfield, Chacarita Juniors e outros nos anos posteriores, quebraram a hegemonia dos cinco clubes que haviam vencido todos os campeonatos até aquela data.

Entre 1967 e 1969, o Metropolitano e o Nacional passaram por diversas mudanças de formato. Nos primeiros três anos, o Metropolitano foi um campeonato de dois grupos, com as duas melhores equipes de cada grupo disputando as semifinais da fase eliminatória.

As seis melhores equipes de cada grupo avançariam para o Nacional, com mais quatro equipes vindas de torneios regionais, para disputar o campeonato Nacional em formato de pontos corridos de turno único. A sétima e a oitava equipes de cada grupo, ao lado de quatro equipes de torneios regionais, disputaram o torneio Promocional, que, em 1969, foi substituído pelo torneio Petit disputado sem equipes regionais. A nona a décima segunda equipes de cada grupo entraram no torneio Reclasificatorio para determinar as equipes rebaixadas.

Em 1970, o formato do Metropolitano e do Nacional passou por uma reforma. Desde aquele ano, e até 1985, o Nacional passou a ser um torneio de grupos com eliminatórias, enquanto o Metropolitano era disputado em sistema de pontos corridos de um ou dois turnos, exceto nas edições de 1974, 1976 e 1979, que também foram disputadas como um torneio de grupo com eliminatórias.

Apesar da mudança de formato em 1970, as equipes ainda disputavam o campeonato Nacional, o torneio Petit e o torneio Reclasificatorio de acordo com sua classificação no Metropolitano daquele ano. Porém, em 1971, os torneios foram separados. As equipes não entraram no Nacional terminando na primeira posição do Metropolitano. Por outro lado, o torneio Petit e o torneio Reclasificatorio foram abandonados. O Metropolitano e o Nacional tornaram-se dois torneios verdadeiramente individuais. Embora o antigo sistema tenha sido reutilizado em 1972, a separação foi instituída novamente em 1973 e foi adotada durante todo o restante da era Metropolitano e Nacional.

O Metropolitano sempre foi disputado primeiro, até que a ordem dos torneios foi invertida em 1982.

Após 20 anos desde a última vez que foi utilizado, o sistema de média de rebaixamentos voltou no campeonato Metropolitano de 1983, dois anos após o rebaixamento do San Lorenzo. Naquele ano, o River Plate terminou em 18º lugar entre 19 equipes e teria sido rebaixado no antigo sistema, junto com o Racing de Córdoba. As primeiras equipes a serem rebaixadas no sistema de média foram Racing e Nueva Chicago. O Boca Juniors também estava passando por dificuldades naquela época e teve uma temporada sombria em 1984. Esses fatos levaram à especulação de que o sistema de média foi instituído para minimizar a chance de times grandes serem rebaixados.

Temporadas de estilo europeu (1985–1991)

Seguindo o conselho do então técnico da Seleção Argentina de Futebol, Carlos Salvador Bilardo, a estrutura do jogo foi modificada em 1985. Tradicionalmente, como em outros países do hemisfério sul, a temporada de futebol começava e terminava de acordo com o ano civil. Porém, com a reforma, a temporada de estilo europeu foi adotada pela primeira vez entre todos os demais países sul-americanos. Além disso, em vez de realizar dois campeonatos por ano, apenas um torneio de pontos corridos de dois turnos foi disputado, como as ligas de futebol na Europa. A equipe que liderava a tabela no final da temporada sagrou-se campeã.

Em 1985, após a disputa do Nacional, o Metropolitano não foi realizado, enquanto o novo torneio único (1985–86) foi disputado pela primeira vez.

Na temporada 1988–89, três pontos foram atribuídos aos vencedores dos jogos. Se ocorresse um empate, acontecia uma disputa de pênaltis e o vencedor da disputa de pênaltis receberia dois pontos enquanto o perdedor ainda teria um. Este formato foi descartado na temporada seguinte.

Apertura e Clausura (1991–2012)

Ver artigo principal: Apertura e Clausura

Cinco anos depois, o campeonato único foi dividido em dois torneios de turno único, dando origem ao arranjo Apertura e Clausura. Em 1991, os dois campeões disputaram partidas em que o vencedor leva tudo. Essa prática foi muito polêmica, principalmente porque um dos maiores times, o Boca Juniors, perdeu a final para o Newell's Old Boys, custando-lhes o primeiro campeonato oficial desde 1981, apesar da invencibilidade no Clausura. Em 1992 o jogo também foi realizado (desta vez entre Newell's Old Boys e River Plate), mas independente do resultado (que favoreceu o River Plate) os dois times conquistaram o título de campeão. Depois de 1992, a prática foi rapidamente abandonada, de modo que dois campeões (em pé de igualdade) foram coroados a cada temporada e nenhum jogo decisivo foi disputado.

Originalmente, dois pontos eram dados aos vencedores dos jogos, exceto na temporada 1989–90. A partir de 1995–96, a regra foi alterada e eram dados três pontos por vitória, um por empate e nenhum por derrota.

A temporada 1999–2000 introduziu pela primeira vez o sistema de promoção e rebaixamento, onde os dois clubes colocados em 1º e 2º lugar entre os quatro times com menor média, tiveram que jogar uma série de duas partidas com times da Primera B Nacional para manter seu lugar na divisão.

Inicial e Final (2012–2014)

Para a temporada 2012–13, o Torneo Apertura e o Clausura tornaram-se "Torneo Inicial" e "Torneo Final", sendo disputados com o mesmo formato de antes, mas proclamando apenas um campeão a cada temporada, ao contrário do último formato que teve dois campeões (Apertura e Clausura, respectivamente).

Antes dessas mudanças, um projeto polêmico para a temporada 2012–13 havia sido proposto: consistia em um novo torneio que conteria as equipes da Primera División e da Primera B Nacional: a primeira não teria nenhum time rebaixado da temporada 2011–12 e incluiria dezesseis equipes desta última, Primera B Nacional. O torneio também incluiria um time da Primera B Metropolitana e um do Torneo Argentino A, criando uma liga de 38 times. Estas mudanças foram fortemente contestadas pela mídia e pelo povo e, finalmente, o torneio foi cancelado. Porém, o projeto do novo formato foi retomado com sucesso a partir da temporada 2015.

Superfinal (2013–2014)

Terminados os torneios Inicial e Final, ambos os vencedores tiveram que disputar uma partida pela Copa Campeonato (conhecida também como Superfinal). A AFA já havia determinado que a primeira edição (disputada em 2013) seria considerada um título oficial da Primera División (temporada 2012–13), portanto o Vélez Sarsfield conquistou seu 10º campeonato oficial após derrotar o Newell's Old Boys.

Porém, a partir da edição de 2014 foi determinado que a Superfinal não seria considerada um título da Primera División, mas sim uma copa oficial.

Devido a isso as temporadas de 2015 e 2016 foram disputadas como torneios únicos com apenas um campeão por temporada, a Copa Campeonato não foi realizada desde então.

Torneio único novamente e Superliga (2014–2020)

A partir de agosto de 2014, foi realizado o "Torneo de Transición", com a participação de 20 equipes (17 da temporada 2013–14 e 3 promovidas da Primera B Nacional de 2013–14). Nenhuma equipe foi rebaixada ao final do campeonato.

Em 2015, o formato mudou para um torneio com 30 equipes. Os primeiros cinco clubes das Zonas A e B da temporada 2014 da Primera B Nacional foram promovidos à Primera División. Essas 10 equipes, mais os 20 clubes que atualmente participam da primeira divisão, se classificaram para disputar a próxima temporada.

Nesse mesmo ano, a AFA anunciou o formato para as próximas cinco temporadas da Primera División:

  • No primeiro semestre de 2016, o campeonato foi disputado por 30 times. Uma equipe foi rebaixada e uma equipe foi promovida da Primera B Nacional.
  • De agosto de 2016 a junho de 2017, a liga também foi disputada por 30 times. Quatro times foram rebaixados e dois times foram promovidos da Primera B Nacional.
  • De agosto de 2017 a junho de 2018, a liga foi disputada por 28 times. Quatro equipes serão rebaixadas e duas equipes serão promovidas da Primera B Nacional. Esta temporada foi também a primeira "Superliga Argentina", organizada pela entidade homônima, que é administrada de forma independente e tem estatuto próprio. Portanto, a AFA focou exclusivamente nas Seleções Argentinas. A temporada 2017–18 foi o primeiro campeonato organizado pelo órgão.
  • De agosto de 2018 a junho de 2019, a Superliga foi disputada por 26 equipes. Quatro times foram rebaixados e dois times foram promovidos da Primera B Nacional.

2020–presente

Em fevereiro de 2020, o presidente da AFA Claudio Tapia afirmou que a Superliga foi criada para posicionar o futebol argentino como um produto, mas falhou nesse propósito. Com isso, a AFA assumiria a organização dos campeonatos da Primera División, segundo comunicado de Tapia. Um mês após esses anúncios, o presidente da Superliga, Mariano Elizondo, renunciou.

A Superliga foi substituída por um órgão semelhante, denominado Liga Profesional de Fútbol (LFP), diretamente ligado à AFA e presidido por Marcelo Tinelli. Esperava-se que a Superliga fosse dissolvida assim que terminasse a edição de 2020 da Copa de la Superliga Argentina, mas devido à pandemia de COVID-19 a copa foi cancelada, acelerando o processo. Em maio de 2020, a LFP foi lançada pela AFA.

A Superliga Argentina é o principal torneio de futebol da Argentina, que reúne os melhores clubes do país em uma competição emocionante e de alto nível. Fundada em 2017, a Superliga substituiu a antiga Primera División e trouxe um novo formato e uma nova energia para o futebol argentino.

A competição é disputada por 26 equipes, que se enfrentam em um sistema de todos contra todos, em dois turnos. Ao final da temporada, o time que acumular mais pontos é consagrado campeão da Superliga. Além disso, os primeiros quatro colocados garantem vaga na Copa Libertadores, o principal torneio de clubes da América do Sul.

Os jogos da Superliga Argentina são conhecidos por sua intensidade e paixão, com estádios lotados e torcidas apaixonadas. Os times argentinos são reconhecidos mundialmente por seu estilo de jogo aguerrido e técnico, o que torna cada partida um espetáculo imperdível para os fãs de futebol.

Grandes clubes como Boca Juniors, River Plate, Independiente e Racing Club são presenças constantes na disputa pelo título, mas a Superliga também proporciona oportunidades para equipes menores surpreenderem e conquistarem seu espaço no cenário nacional.

Além disso, a Superliga Argentina é uma vitrine para jovens talentos do futebol argentino, que têm a oportunidade de se destacar e chamar a atenção de clubes internacionais. Muitos jogadores que brilharam na Superliga acabaram sendo contratados por grandes times da Europa e se tornaram estrelas do futebol mundial.

Em resumo, a Superliga Argentina é uma competição emocionante e de alto nível, que reúne os melhores clubes do país em busca do título e da glória. Com jogos intensos, estádios lotados e talentos em ascensão, o torneio é um verdadeiro espetáculo para os amantes do futebol.